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Óleo nas praias: monitoramento do litoral de PE é intensificado, e origem de novos fragmentos é investigada

O surgimento de vestígios de óleo em 11 municípios pernambucanos fez com que uma reunião fosse convocada para esta segunda-feira (29), no Recife. Do encontro, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), saiu a decisão de intensificar o monitoramento do litoral. A origem dos fragmentos surgidos no litoral em agosto ainda é investigada.

O comitê que monitora o aparecimento de vestígios de óleo no litoral pernambucano inclui representantes da Semas, da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), do Ibama e da Marinha do Brasil.

Somente no domingo (28), foram notificados vestígios de óleo em nove municípios. O total de material apreendido ainda não foi divulgado. Nesta segunda (29), as vistorias passam a contar com o apoio aéreo do Ibama, que ficou responsável por realizar sobrevoo de análise da costa e do alto mar.

“A gente só tem encontrado na faixa de areia. É diferente do que aconteceu em 2019. A gente tem percebido essas bolotas, que a gente tem chamado de bolotas de petróleo, na faixa de areia”, declarou a diretora de fiscalização ambiental da CPRH, Silvana Valdevino.

Na semana passada, manchas de óleo foram encontradas em praias no sul da BA

A diretora afirmou que ainda não é possível confirmar ou descartar relação com o óleo que causou prejuízos em 2019. Amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“A gente está tomando todas as medidas, fazendo todas as análises químicas a partir do laboratório da Universidade [Federal de Pernambuco], laboratório da Marinha, mas a fonte ainda é desconhecida. […] Há essas questões do ressurgimento, da corrente marítima, dos ventos, mas isso aí só com as análises químicas”, disse Silvana.

Vestígios também foram notificados em praias da Paraíba e na Bahia, onde foi recolhido um quilo de material.

Na sexta (26), a secretaria tinha confirmado o aparecimento de óleo nas orlas de quatro cidades e investigava o caso de um quinto município. Fragmentos também foram recolhidos perto de Porto de Galinhas, em Ipojuca.

Foram notificados, em Pernambuco, bolotas de petróleo nos seguintes locais:

Sirinhaém
Jaboatão dos Guararapes
Cabo de Santo Agostinho
Recife
Olinda
Paulista
Igarassu
Itamaracá
Goiana
Ipojuca
Tamandaré

Diante de problema, o governo pediu que as prefeituras das cidades litorâneas intensifiquem as equipes de limpeza em suas praias. “[A gente] acionou uma rede de outros órgãos, prefeituras, para que a gente possa comandar a situação a partir desse monitoramento, que a gente está fazendo desde a quinta-feira”, apontou a diretora da CPRH.

Silvana Valdevino afirmou, ainda, que o próximo passo deve ser uma reunião com os prefeitos de cidades litorâneas, bem como intensificar a orientação da população.

O governo pediu para que a população, caso encontrem material semelhante ao óleo, que faça registros fotográficos e entrem em contato com a CPRH. A agência pode ser contatada pelo telefone (81) 9.9488-4453 ou pelo e-mail [email protected].

Foi solicitado, ainda, que os municípios façam o recolhimento e a destinação deste tipo de resíduo para aterro sanitário industrial.;

Em 2019, manchas de óleo atingiram 130 municípios em nove estados do Nordeste e Sudeste. Em 2020, um inquérito preliminar apontou vazamento de petróleo uma distância de 700 quilômetros da costa brasileira (veja vídeo acima ).

Ao todo, 1.562 toneladas de óleo foram recolhidas de praias e rios pernambucanos, entre 17 de outubro e 1º de novembro de 2019. Nesse período, a substância atingiu 47 praias nos seguintes municípios:

Tamandaré
Barreiros
Sirinhaém
Ipojuca
Rio Formoso
Cabo de Santo Agostinho
Jaboatão dos Guararapes
São José da Coroa Grande
Paulista
Goiana
Itamaracá
O material foi encaminhado ao Centro de Tratamento de Resíduos Pernambuco, em Igarassu, para virar combustível para fábricas de cimento.

Representantes dos consulados de Portugal, Reino Unido, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, China, Itália, Japão e França se reuniram em novembro governo de Pernambuco para obter dados sobre o óleo que invadiu as praias.

 

 

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